quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

SONORIDADES SUBVERTIDAS NAS ONDAS DO VIOLÃO PERCUSSIVO - Superando a tradicional ditadura das cordas!






Hoje a temática é MÚSICA. Mas o que realmente é música? Quando surgiu? Por quê tocar, cantar, compor, escrever uma partitura, escutar? Sabemos realmente escutar? Serão nossos ouvidos pensantes?

Música, pelo que se sabe das teorias, é uma forma de arte milenar da manifestação de sentimentos humanos através dos sons, sejam eles, percutidos, dedilhados, soprados ou teclados. Em termos de composição e estética pode ser a organização e concatenação dos sons, formando, motivos, formas musicais, melodias, harmonias e ritmos, e diversos elementos internos que compõe uma obra musical. Ja pensaram nisto?
Quanto ao aspecto funcional, ou objetivos mais específicos, a Música pode contribuir com a expressão das idéias do homo sapiens. Podem ser ideias oriundas de um mundo interior obscuro prestes a vir à tona, ou até mesmo, nascido do Élan, essas fontes longínquas e expressivas do ego humano. Esse intuitivo e imaginário lugar, no qual, podemos por vezes estar imersos, como Freud afirmou, pode ser a caixa preta do subconsciente, ou então, as profundezas da alma, da memória, e de onde se pode alcançar a cosmovisão, neste caso, utilizando-se a música.

Revela-se assim, através da Aisthésis ou percepção e da Estética (ramo da filosofia que tem por objeto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte) a beleza ou os horrores de mundos humanos, fenômenos da vida material/espiritual e da natureza, os diversos significados intrínsecos nas imagens, sonoridades, paisagens e objetos a serem apreciados por nós, e que contém inúmeros segredos em seu entorno. Por incrível que pareça, sempre estão a nossa volta.

Sonoridades musicais são então, conhecimento sensível, que brota das sensações e sentidos, fazendo do humano objeto, o humano musicalidade, contendo uma energia diferente das demais. O ser humano, a partir daí é músico e artesão do som, que prolifera e perpetua suas idéias, ferozmente, sensualmente, vigorosamente através da arte dos sons, da arte das musas gregas, forjada durante séculos pelos meandros dos movimentos culturo-musicais das sociedades mundiais.

Os músicos? São apaixonados sim! No entanto, por vezes, são vítimas do preconceito social, dos sem senso estético, dos sem cultura e sem modéstia, dos tiranos e ditadores, e até mesmo de diretores, secretários ou presidentes.

Mas, ao mesmo tempo, interferem na realidade de tal forma, que expulsam a intrusa tristeza dos incrédulos, dos insensíveis e dos ignorantes para longe, ao simples dedilhar de cordas, ao soprar de uma bela melodia, ou então, de uma batucada perfeita.

Estes gestos e movimentos do homo sapiens musical, é então resumido em alegrias multiplicadas pelo dobro de felicidades. Pode também fazer brotar um texto como este, inspirado, digno e perseverante. Isto chamamos de arte. De inspiração.

Para onde os sons musicais querem nos levar? Onde os artistas querem chegar com sua arte e idéias? Haverá algum sentido escondido por detrás de cada acorde, melodia? Por que os ritmos insistem embalar nossos sonhos e fantasias?

Um passarinho cantou, e no seu canto me contou que só não se deixam tocar pela música, os seres de alma amarga, trols contemporâneos, de sonhos perdidos. Me explicou o passarinho, que até mesmo as cinzas insistem em dançar, em ressurgir, ao ritmo leve e suave do vento. Quanta inspiração em torno do vento!

Respeitável público, é assim que vos apresento, com esta breve introdução, um novo estilo de se tocar o violão, pois teve o artista, que se esforçar para quebrar a ditadura das cordas e fazer do tradicional e óbvio, o novo. Foi uma alquimia que culminou na inovação, buscando a ousadia no ato de tocar. E quão belo tocar. É assim que tive a honra de interpretar esta canção, que espero que todos os senhores apreciem.

O grande homem é aquele que sabe da sabedoria que é ESCUTAR, pois o simples OUVIR é apenas um ato fisiológico e que pode servir para simples necessidade de sobrevivência humana. ESCUTAR é muito mais.

É um ato consciente, é mais amplo e profundo. É tão vital quanto entender o viés das verdades secretas, o duplo sentido da realidade, ou como diriam “Floydianos”: “entender ou imaginar o que está do lado escuro da lua”. Segredos que só os ousados têm coragem de descobrir.

Assim apresento-lhes uma grande descoberta através da composição Into Your Hearth, interpretada por mim, mas feita por um grande compositor que se chama Antoine Dufour, no estilo Violão Percussivo através do seguinte link do youtube.






Jair dos Santos Gonçalves - atua como Professor, Escritor, Produtor Cultural e Musical, Pesquisador e Educador Musical, Maestro, Compositor,